A verdade sobre o Itaquerão

Poeta Tulio Rodrigues

A revista Exame, em sua última edição, nos trouxe dados curiosos que revelam os mistérios envoltos da construção do estádio Itaquerão, do Corinthians. Como e por quem foi financiado o estádio? Quem são os responsáveis pelo Itaquerão? Quais os planos do Corinthians para obter lucro com o estádio? Quais os excessos na construção? O Corinthians vai conseguir pagar o estádio?

QUANTO CUSTOU?
INCENTIVOS FISCAIS
BNDES
CAIXA ECONÔMIA FEDERAL
Concedidos pela prefeitura de São Paulo
Financiamento ProCopa, repassado pela Caixa Econômica Federal
Empréstimo adicional
420 milhões
400 milhões
350 milhões
1,2 bilhão de reais









O custo inicial do estádio era de 820 milhões de reais, porém, foi 250 milhões de reais maior que o previsto mais 100 milhões que o Corinthians precisava pagar a Odebrecht, que foi obrigada a financiar o inicio das obras, já que ninguém queria emprestar dinheiro ao clube. Para bancar os 350 milhões, era preciso encontrar um banco. E aí que a Caixa Econômica Federal entrou para cobrir o buraco.

AS INVESTIGAÇÕES

Três autarquias estão investigando os repasses de dinheiro público para a construção do estádio. O Itaquerão é o estádio mais investigado e fiscalizado entre os demais que sediarão jogos da Copa. O clube deu ao BNDES como garantia, terrenos avaliados em 1,2 bilhão de reais na zona leste de São Paulo. Os valores são 30% maior do que os imóveis prontos da região. O Ministério Público Federal investiga o caso. O Ministério Público de São Paulo investiga a concessão de incentivos tributários de 420 milhões de reais ao clube. O Tribunal de Contas da União acusa o BNDES de não divulgar as informações requisitadas sobre a operação de crédito feita para financiar o estádio e apura o empréstimo.

OS ENVOLVIDOS

LULA – O ex-presidente teve interesses diversos para ajudar na construção do estádio. O Corinthians é seu clube de coração e conta com muitos eleitores. Além de reforçar seu nome, trabalha para que Andrés venha como candidato a Deputado Federal pelo PT. Foi quem levou Andrés ao encontro de Marcelo Odebercht.

ANDRÉS SANCHES – Sonha em presidir a CBF e usa o Itaquerão como palanque para fortalecer seu nome. É o gestor da obra.

MARCELO ODEBRECHT – Presidente do grupo Odebrecht. Seu maior interesse é lucrar com o estádio. Estourou o orçamento de 820 milhões de reais, elevando o custo para 1,2 bilhão de reais.

GILBERTO KASSAB – Quando ainda prefeito em 2011, sancionou uma lei que permitia até 420 milhões de reais em incentivos tributários para o projeto.

OS EXCESSOS

Os maiores telões do mundo – Com 170 metros de comprimento por 20 metros de altura, o telão instalado na fachada leste do estádio é considerado o maior do mundo. Mais dois telões serão comprados e instalados após a Copa do Mundo.

Iluminação de ponta – A potência dos 350 refletores instalados na Arena Corinthians tem o dobro da capacidade da Allianz Arena, do Bayern de Munique e quase 40% mais que a do Maracanã.

Gramado da Europa – O estádio tem grama de clima frio. Para evitar o calor, 43 quilômetros de tubos foram instalados para resfriar o gramado que custou 8 milhões de reais.

Vaso japonês – As torneiras e os vasos sanitários dos 53 banheiros foram feitos no Japão e suportam 500 quilos de peso, mas custaram 2 milhões de reais mais do que o previsto.

COMO PAGAR O ESTÁDIO?
  
BILHETERIA
CAMAROTES
NAMING RIGHTS
O Corinthians prevê média de 30 mil pessoas, com ingressos entre 30 e 600 reais. Porém a receita do Clube nunca passou de 35 milhões de reais. O Milan, da Itália, um dos dez Clubes que mais faturam no mundo, ganha 79 milhões de reais por ano com partidas oficiais.
Vender 14.100 assentos especiais, como camarotes patrocinados por empresas. O problema é que nenhum camarote foi negociado até agora. No Morumbi a arrecadação é de 17 milhões de reais. No Maracanã é de 10 milhões de reais por ano.
Dos 60 milhões de reais pretendidos, um terço viria da cessão do direito do nome do estádio por 20 anos. Desde 2012 o clube não tem sucesso nas negociações. A arena O2, em Londres, fatura 22 milhões de reais por ano com naming rights, sendo uma das maiores bilheterias do mundo.
120 milhões
95milhões
60 milhões









EVENTOS
TOUR NO ESTÁDIO
O clube quer lucrar com o aluguel de espaços para shows, casamentos e batizados. O Morumbi que nos últimos anos recebeu U2 e Madonna, faturou apenas 4 milhões em 2013. O novo estádio do Palmeiras é uma grande concorrência, pois é melhor localizado que o Itaquerão.
O clube pretende cobrar a visita ao estádio em dias que não houver jogo. A expectativa é de 1 milhão de visitas por ano. Mesmo número que recebe o Camp Nou, estádio do Barcelona, e o triplo que recebe o Maracanã com turistas.  O Museu do Futebol, em São Paulo, teve receita inferior a 2 milhões de reais.
40 milhões
30 milhões

























O Corinthians pretende arrecadar 345 milhões de reais por ano com o Itaquerão. Os números dividos por setores são superiores ao que arrecadam grandes estádios na Europa. O Corinthians começa a pagar em 2015 a primeira parcela que vai até 2028, dando um total de 1,4 bilhão de reais, incluindo os juros.


Caso o Corinthians não cumpra com o acordo, cabe ao banco executar as garantias e se tornar dono dos terrenos. Após dois anos de inadimplência, o banco pode exigir a troca na gestão do estádio. Na prática, o banco público administraria o estádio e assumiria os naming rights.

Mas você acredita que isso possa acontecer?


*** Dados extraídos da revista Exame.

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